Sunday, May 27, 2007


Minha querida,

Ainda hoje te consumias em prantos com as justiças e injustiças da vida, e te questionavas porque é que esta tinha que ser assim. É assim porque o é, faz parte da essência de ser vida. De certo modo não é justa nem injusta, apenas é a vida.

Nestes dias, em que os contos de fadas da nossa infância parecem cada vez mais negros e crueís, deves lembrar-te que já todos fomos princípes e princesas, cavaleiros e donzelas em desespero, e que tudo se deveu à benesses que as alegrias da vida trouxeram à nossa infância. As mesmas, que apesar de tudo continuaram a existir.

Como tal, e ao contrário dos suga-tempos, que na sua busca pela imortalidade, abdicaram de todas as emoções e esperanças que, segundo eles, consumiam a vida que neles existia, não te deixes cair no desespero, não te questiones sobre o que é justo ou injusto, emociona-te sim, e tem esperança perante a tristeza que agora te abate. Agora que as nuvens tornaram os teus céus mais escuros, lembra-te que, como tudo na vida, melhores dias virão e poderás voltar a sorrrir uma outra vez.

Ernst Haeckel - Anenomes

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